Fraude: Doses falsas de vacina registradas no ConecteSUS são comercializadas via Telegram

O mercado ilegal de certificados de vacinação falsos da COVID-19 via Telegram preocupa as autoridades. Além de aplicações fraudulentas do imunizante, os vendedores estão inserindo doses fictícias no sistema oficial do Ministério da Saúde, o ConecteSUS, por até R$ 500 por dose.

O esquema complexo por trás dos certificados de vacinação falsos

Em vez de simplesmente vender certificados em PDF, os vendedores registram doses inexistentes no ConecteSUS, possibilitando aos compradores emitir documentos como se tivessem sido vacinados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Os vendedores, incluindo um funcionário da UBS em Teresina, Piauí, pedem o Cadastro Nacional de Informações Sociais ao comprador. Em seguida, eles registram a dose no sistema do Ministério da Saúde, descartando a ampola da vacina no lixo.

O Ministério da Saúde afirmou desconhecer o esquema, mas uma fonte interna indicou que é possível registrar uma dose sem a aplicação.

Preços dos certificados falsos de vacinação

Os valores variam conforme a quantidade de doses e a idade do comprador. Uma dose única pode custar entre R$ 300 e R$ 400, enquanto duas doses chegam a R$ 400 e R$ 500. As doses de reforço têm o valor de R$ 500.

Nos grupos do Telegram, os compradores podem escolher o fabricante da vacina. No entanto, a veracidade dos certificados não é garantida, e o esquema pode configurar crime.

Certificados PDF também são comercializados

Além do registro falso de doses, os vendedores produzem certificados falsos reconhecidos pelo ConecteSUS em formato PDF. Esse método permite a leitura do QR Code pelos aplicativos oficiais para validar a imunização.

Apesar de uma falha de segurança ter permitido a validação de QR Codes falsos, o Ministério da Saúde alega ter corrigido o problema nos aplicativos em janeiro. Sobre as vendas ilegais, a Polícia Federal não se manifestou.

Com informações: Metrópoles.