Ascom/DGH promove debate sobre desinformação em saúde


O enfrentamento à desinformação em saúde e seu impacto no SUS

A desinformação em saúde tem se tornado uma questão crítica em nossa sociedade contemporânea, especialmente no Brasil. Em um mundo inundado de informações, a capacidade de discernir entre dados confiáveis e falsos é cada vez mais desafiadora. Esse fenômeno é particularmente preocupante no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), que enfrenta desafios significativos na manutenção da confiança da população. Recentemente, a Ascom/DGH promoveu um debate relevante sobre esse tema, reunindo profissionais da saúde e comunicação para discutir estratégias eficazes no combate à desinformação.

A realidade atual é marcada por uma sobrecarga de informações, onde muitos consumidores de conteúdo não possuem as ferramentas necessárias para avaliar a veracidade das informações que recebem. Esse cenário é potencializado por um ambiente digital que favorece a disseminação de rumores e Fake News, especialmente em plataformas de redes sociais. Assim, o enfrentamento à desinformação em saúde é não apenas necessário, mas urgente. Este artigo visa explorar os principais pontos discutidos na oficina promovida pela Ascom/DGH, analisando como a desinformação impacta a saúde pública e apresentando estratégias para combatê-la.

Como a desinformação opera no contexto atual?


O programa realizado no auditório da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro foi conduzido pela renomada jornalista Pâmela Pinto, que possui mais de uma década de experiência no Ministério da Saúde e é uma especialista em Comunicação e Saúde. Durante sua apresentação, Pâmela fez uma análise aprofundada dos mecanismos que caracterizam a disseminação da desinformação na era digital.

Um dos principais aspectos abordados foi o conceito da “economia da atenção”, onde o excesso de informações faz com que as pessoas precisem escolher quais mensagens priorizar. Nesse cenário, a luta por um espaço na atenção do público se intensifica, levando a uma competição saudável, mas também ao surgimento de informações equivocadas. A desinformação se infiltra facilmente neste espaço, principalmente quando há interesses comerciais ou políticos em jogo. Pâmela destacou casos emblemáticos, como os vídeos que circulam nas redes sociais ensinando a fabricação de próteses dentárias caseiras, e desinformações sobre vacinas que linkam imunizantes a doenças, disseminando medo e dúvidas nas pessoas.

Impactos da desinformação na confiança no SUS

A propagação de informações erradas tem um efeito devastador na confiança pública em instituições como o SUS. Quando a população começa a questionar a eficácia e a segurança dos serviços de saúde oferecidos, isso pode levar a uma diminuição significativa nas taxas de vacinação e na adesão a tratamentos médicos. Pâmela mencionou que essa desconfiança não surge apenas da falta de informações precisas, mas também de uma desconfiança histórica nas instituições públicas, muitas vezes alimentada por descontentamentos sociais e econômicos.

Os dados são alarmantes. Entre julho de 2023 e fevereiro de 2025, mais de 340 milhões de usuários foram expostos a conteúdos desinformativos sobre saúde. Este número sublinha a magnitude do problema e a necessidade urgente de intervenções eficazes para assegurar que a população receba informações verdadeiras e relevantes.


Estratégias de enfrentamento da Ascom/DGH

Durante a oficina, foi apresentada a iniciativa “Saúde com Ciência”, um programa interministerial criado em 2023, destinado a combater a desinformação em saúde através de ações direcionadas e estratégicas. Os objetivos principais do programa incluem o fortalecimento da comunicação científica e institucional do SUS, bem como a promoção de políticas públicas eficazes, especialmente em relação à vacinação.

Pâmela e sua equipe discutiram maneiras de aumentar a educação midiática entre a população, promovendo um aumento da capacidade dos cidadãos de identificar e criticar informações de saúde. O programa busca empoderar os brasileiros através da alfabetização midiática, proporcionando as ferramentas necessárias para que façam escolhas informadas sobre sua saúde e a saúde de suas comunidades.

Além disso, uma das finalidades principais do programa é incentivar a colaboração entre diversos setores da sociedade, incluindo profissionais de saúde, educadores, jornalistas e a comunidade em geral. A comunicação efetiva e o diálogo aberto são cruciais para desmantelar os boatos e promover confiança nas instituições de saúde.

A cartilha educativa e seu impacto

O evento culminou com a apresentação da cartilha “Desinformação sobre saúde: Vamos enfrentar esse problema?”, desenvolvida pela Rede Conecta em colaboração com o Ministério da Saúde e a Fiocruz. Este material educativo é uma ferramenta importantíssima que oferece orientações práticas sobre como identificar e combater informações falsas. Ao disponibilizar esse recurso, a Ascom/DGH visa criar uma linha de defesa contra a desinformação, ao mesmo tempo em que capacita a comunidade a agir de forma crítica diante das informações que consomem.

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Esta cartilha não apenas serve como um guia, mas também promove um diálogo mais amplo sobre a importância da informação correta, incentivando as pessoas a se tornarem defensoras da verdade em seus círculos sociais. Ao disseminar conhecimento sobre como desmascarar fraudes informativas, espera-se que a população se torne uma aliada ativa na luta contra a desinformação.

Perguntas frequentes

O que é desinformação em saúde?
Desinformação em saúde refere-se à propagação de informações falsas ou enganosas relacionadas à saúde, que podem influenciar negativamente decisões e comportamentos de saúde pública.

Como a desinformação afeta o SUS?
A desinformação minará a confiança da população nos serviços de saúde, levando à hesitação na aceitação de vacinas e tratamentos, o que pode comprometer a eficácia das políticas de saúde pública.

Que iniciativas estão sendo tomadas para combater a desinformação em saúde?
Programas como “Saúde com Ciência” têm sido criados para enfrentar a desinformação, focando na educação midiática e na comunicação eficaz das informações de saúde.

Quais são os principais canais de desinformação em saúde?
As redes sociais, vídeos virais e sites não credenciados são alguns dos principais meios de propagação da desinformação em saúde.

Como posso identificar informações verdadeiras sobre saúde?
Verifique sempre a fonte da informação, procure artigos revisados por pares e baseie-se em instituciones de saúde reconhecidas para obter dados confiáveis.

Qual o papel das redes sociais na disseminação da desinformação?
As redes sociais amplificam a desinformação devido à sua capacidade de disseminar rapidamente conteúdos para um grande número de pessoas, muitas vezes sem uma verificação prévia da veracidade.

A importância de um futuro informado

A luta contra a desinformação em saúde não é apenas uma responsabilidade das instituições governamentais, mas requer a colaboração de toda a sociedade. Profissionais de saúde, educadores, jornalistas e cidadãos têm um papel importante a desempenhar na construção de um ambiente mais saudável e informado. O debate promovido pela Ascom/DGH é um passo fundamental nesta direção, promovendo o diálogo e a conscientização sobre um tema tão desafiador.

À medida que continuamos a enfrentar os desafios impostos pela desinformação, é crucial que todos nós sejamos agentes de mudança. A educação, a conscientização e a colaboração mútua são pilares fundamentais para garantir não apenas a saúde individual, mas a saúde coletiva de nossa sociedade.

Com o apoio de iniciativas como o “Saúde com Ciência”, estamos no caminho certo para empoderar a sociedade, oferecer informação precisa e, assim, vencer essa batalha contra a desinformação em saúde. Portanto, continuemos a investir em educação e em comunicação clara, pois o conhecimento é a melhor defesa que podemos ter!