Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder (EUA) inovam método de coleta de amostras sanguíneas
Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder desenvolveram uma técnica inovadora que promete simplificar significativamente a coleta de amostras de sangue durante consultas médicas. O novo dispositivo portátil é capaz de escanear biomarcadores presentes em apenas uma gota de sangue em menos de uma hora.
Essa inovação representa um avanço no campo da saúde, pois em breve será viável coletar amostras sanguíneas com apenas uma pequena picada no dedo, similar ao procedimento realizado por pacientes com diabetes. O objetivo principal é reduzir a resistência de pacientes que temem agulhas e, ao mesmo tempo, facilitar os atendimentos médicos em locais remotos.
“Desenvolvemos uma tecnologia de fácil utilização, que pode ser implementada em diversos ambientes e fornece informações de diagnóstico valiosas em um curto período de tempo”, destacou Wyatt Shields, professor assistente do Departamento de Engenharia Química e Biológica da Universidade do Colorado em Boulder.
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Como funciona o novo método?
O segredo por trás desse dispositivo revolucionário são as chamadas partículas de contraste acústico negativo funcional (fNACPs), projetadas para reagir à pressão das ondas sonoras.
Essas substâncias possuem o tamanho de uma célula e podem ser revestidas com diversos materiais para capturar um biomarcador específico, como um vírus infeccioso ou uma proteína indicativa de um problema de saúde.
Ao misturar uma pequena quantidade de sangue com as partículas personalizadas e inserir a mistura em uma pipeta acústica, as ondas sonoras forçam as partículas para o lado de uma câmara, onde elas permanecem imobilizadas enquanto o restante do sangue é eliminado.
Os biomarcadores que permanecem ligados às partículas são então marcados com luzes fluorescentes e expostos a lasers para determinar a quantidade presente. Todo o processo é realizado em menos de 70 minutos em uma pipeta que cabe na palma da mão.
“Estamos utilizando ondas sonoras para manipular partículas e isolá-las rapidamente de um volume muito reduzido de fluido. Esta é uma abordagem totalmente inovadora para a medição de biomarcadores sanguíneos”, explicou Cooper Thome, especialista em acustofluídica.
Os pesquisadores ressaltam que o dispositivo não só é útil para diagnosticar uma doença infecciosa, mas também para determinar a carga viral de um paciente e o ritmo de crescimento do vírus.
Embora esse estudo seja considerado uma prova de conceito, mais pesquisas são necessárias antes que o dispositivo possa ser disponibilizado comercialmente.
Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.